Atualmente, dominando praticamente 50% do mercado, o álcool se tornou o principal combustível em utilização pelos veículos leves no Brasil, tomando o lugar da gasolina. As informações são do diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, em declaração para a imprensa na última semana.
"Realmente a gasolina virou combustível alternativo. É agora o que era o álcool antes", afirmou o executivo a jornalistas na sede da estatal em São Paulo.
"Realmente a gasolina virou combustível alternativo. É agora o que era o álcool antes"
Barbassa destacou ainda que o principal fator que contribuiu para esse cenário atual foi o desenvolvimento acelerado da indústria de cana-de-açúcar nos últimos anos, o que fez com que o combustível pudesse alcançar um valor de venda mais acessível.
Acompanhando esse cenário, as maiores empresas de petróleo do mundo também querem se render ao mercado de etanol brasileiro, tanto por questões econômicas quanto por questões ambientais. Prova disso foi a declaração dada pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, durante o Ethanol Summit, evento que reuniu no mês passado em São Paulo, as principais autoridades do setor de energias renováveis.
No encontro, o executivo afirmou que, segundo previsões da estatal, até 2020, o consumo de gasolina vai representar somente 17% do mercado nacional, contra 75% do etanol e o restante de diesel. Em função disso, a companhia vai investir US$ 2,8 bilhões na produção de etanol através de sua subsidiária Petrobras Biocombustíveis.
A inserção da Petrobras no mercado de etanol é um movimento natural, que reflete a revolução ocorrida no Brasil depois da chegada dos motores flex fuel. Hoje, cerca de 95% dos carros vendidos no país são bicombustíveis (movidos à álcool e gasolina) e a tendência é de que o álcool se fortaleça como o mais competitivo nas bombas.
Além da Petrobras, grandes petrolíferas multinacionais estão atentos a novas oportunidades desse mercado no Brasil. A inglesa BP, por exemplo, por muitos anos era chamada de British Petroleum, mas atualmente prefere ser conhecida como Beyond Petroleum - uma empresa que atua "além do petróleo". Segundo informações divulgadas pela BP, durante declarações no Ethanol Sumit, o executivo da companhia, John Browne, afirmou que antes, as empresas de petróleo e biocombustíveis imaginavam pertencer a mundos distintos e antagônicos. "Chegou a hora de escrever um novo capítulo nessa história, com parcerias concretas entre essas duas indústrias", disse. No ano passado, por exemplo, a empresa criou a Tropical Bioenergia, em parceria com o grupo Maeda, um dos gigantes do agronegócio brasileiro, e com a Santelisa Vale, a segunda empresa no ranking do açúcar e do álcool.
A anglo-holandesa Shell anunciou que também pretende investir em etanol feito a partir de cana-de-açúcar e aposta no mercado brasileiro e não irá apoiar o etanol de milho, como o produzido nos Estados Unidos.
"Quando se analisa a produção de cana, como no Brasil, está claro que se trata de um setor atrativo para investimentos e achamos que esse modelo no Brasil é sustentável em termos ambientais", afirmou, em nota divulgada pela empresa, o chefe mundial do departamento de tecnologia da Shell, Jan van der Eijk. "Tudo indica que o etanol de cana é bom para a economia e para o meio ambiente. Portanto, é um bom investimento, com lucros promissores, e vamos seguir essa tendência", disse.
domingo, 28 de junho de 2009
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