segunda-feira, 29 de junho de 2009

Indústria naval se prepara para uma nova fase

Os executivos da indústria naval de Niterói não tem dúvidas: os próximos meses serão cruciais e podem marcar uma nova fase de expansão do setor. Há expectativas de abertura de novas licitações para construção de plataformas e embarcações de apoio offshore para a exploração de petróleo no pré-sal, além de navios do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro. Perspectivas que motivam os investimentos, que nos próximos meses chegarão a R$ 355 milhões apenas de quatro das grandes empresas do setor. Um dos projetos mais audaciosos, a construção de um dique seco pelo estaleiro Mac Larem Oil, deve começar a ganhar formas nos próximos 45 dias, segundo a previsão da presidente da empresa, Gisela Mac Larem. Segundo ela, a estrutura será a primeira do tipo no país e consumirá R$ 140 milhões. Já a Ultratec, que constrói módulos de plataformas, prevê investimentos de cerca de R$ 25 milhões nos próximos 12 meses para a modernização de sua área industrial, aumentando assim a capacidade produtiva. De acordo com Mauro Augusto da Cruz, executivo da empresa, as mudanças vão gerar novos empregos, chegando a 1.500 por turno, na fábrica da inglesa Weellstream, que produz dutos flexíveis para plataformas, a expectativa é de inaugurar em julho o seu projeto de expansão. Foram aportados US$ 5 milhões para aumentar a área da unidade, na ilha da Conceição, que chegou aos 42 mil metros quadrados e 470 funcionários diretos e 200 terceirizados.

domingo, 28 de junho de 2009

ÁLCOOL SE TORNA PRINCIPAL COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO NO PAÍS

Atualmente, dominando praticamente 50% do mercado, o álcool se tornou o principal combustível em utilização pelos veículos leves no Brasil, tomando o lugar da gasolina. As informações são do diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, em declaração para a imprensa na última semana.
"Realmente a gasolina virou combustível alternativo. É agora o que era o álcool antes", afirmou o executivo a jornalistas na sede da estatal em São Paulo.
"Realmente a gasolina virou combustível alternativo. É agora o que era o álcool antes"
Barbassa destacou ainda que o principal fator que contribuiu para esse cenário atual foi o desenvolvimento acelerado da indústria de cana-de-açúcar nos últimos anos, o que fez com que o combustível pudesse alcançar um valor de venda mais acessível.
Acompanhando esse cenário, as maiores empresas de petróleo do mundo também querem se render ao mercado de etanol brasileiro, tanto por questões econômicas quanto por questões ambientais. Prova disso foi a declaração dada pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, durante o Ethanol Summit, evento que reuniu no mês passado em São Paulo, as principais autoridades do setor de energias renováveis.
No encontro, o executivo afirmou que, segundo previsões da estatal, até 2020, o consumo de gasolina vai representar somente 17% do mercado nacional, contra 75% do etanol e o restante de diesel. Em função disso, a companhia vai investir US$ 2,8 bilhões na produção de etanol através de sua subsidiária Petrobras Biocombustíveis.
A inserção da Petrobras no mercado de etanol é um movimento natural, que reflete a revolução ocorrida no Brasil depois da chegada dos motores flex fuel. Hoje, cerca de 95% dos carros vendidos no país são bicombustíveis (movidos à álcool e gasolina) e a tendência é de que o álcool se fortaleça como o mais competitivo nas bombas.
Além da Petrobras, grandes petrolíferas multinacionais estão atentos a novas oportunidades desse mercado no Brasil. A inglesa BP, por exemplo, por muitos anos era chamada de British Petroleum, mas atualmente prefere ser conhecida como Beyond Petroleum - uma empresa que atua "além do petróleo". Segundo informações divulgadas pela BP, durante declarações no Ethanol Sumit, o executivo da companhia, John Browne, afirmou que antes, as empresas de petróleo e biocombustíveis imaginavam pertencer a mundos distintos e antagônicos. "Chegou a hora de escrever um novo capítulo nessa história, com parcerias concretas entre essas duas indústrias", disse. No ano passado, por exemplo, a empresa criou a Tropical Bioenergia, em parceria com o grupo Maeda, um dos gigantes do agronegócio brasileiro, e com a Santelisa Vale, a segunda empresa no ranking do açúcar e do álcool.
A anglo-holandesa Shell anunciou que também pretende investir em etanol feito a partir de cana-de-açúcar e aposta no mercado brasileiro e não irá apoiar o etanol de milho, como o produzido nos Estados Unidos.
"Quando se analisa a produção de cana, como no Brasil, está claro que se trata de um setor atrativo para investimentos e achamos que esse modelo no Brasil é sustentável em termos ambientais", afirmou, em nota divulgada pela empresa, o chefe mundial do departamento de tecnologia da Shell, Jan van der Eijk. "Tudo indica que o etanol de cana é bom para a economia e para o meio ambiente. Portanto, é um bom investimento, com lucros promissores, e vamos seguir essa tendência", disse.

Pré-sal atrai interesse de empresas britânicas

As possibilidades de negócios envolvendo a exploração do pré-sal brasileiro despertam o interesse das empresas britânicas. Companhias de diversos segmentos, como consultorias, escritórios de advocacia e fornecedores de tecnologia e equipamentos buscam informações sobre o País já de olho nesse mercado. "Vim mostrar nosso plano de negócios e, em contrapartida, as empresas britânicas oferecem serviços; é um namoro", afirmou o gerente de Projetos da Petrobras, Antonio Carlos Capeleiro Pinto, em Londres, após participar, ontem, de um seminário sobre o pré-sal. Segundo ele, o orientação no Brasil é para maximizar a produção nacional. No entanto, empresas estrangeiras podem se associar a parceiros brasileiros. "Isso é vantajoso porque traz novas tecnologias ao País." O executivo citou a área de engenharia de processos, onde há equipamentos que ainda não são produzidos no Brasil, como turbinas a gás. Números mostram o desafio dos projetos do pré-sal. A Petrobras levou 45 anos para conseguir atingir uma produção diária de 1 milhão de barris. "Com o pré-sal, o objetivo é chegar a isso em apenas 12 anos", disse Pinto.